segunda-feira, 31 de março de 2014

Narrativas Poéticas - Coleção Santander Brasil

Por Carolina Montecchi





A exposição Narrativas Poéticas propõe demonstrar as múltiplas possibilidades de diálogo entre poesia e arte plástica, colocando obras de diferentes gêneros no mesmo ambiente, dando ao espectador diversas possibilidade de associações. Eu por exemplo associei essa xilogravura ao poema de Castro Alves:



Gilvan Samico
Recife, PE, 1928 - Recife, PE, 2013

O Enigma, 1989
Xilogravura colorida sobre papel
















Pomba d'esp'rança sobre um mar
                                         d'escolhos!
       Lírio do vale oriental,
                                         brilhante!
 Estrela vésper do pastor errante!
     Ramo de murta a recender
                                           cheirosa...





Castro Alves - Hebréia
                                                                 
    
 
Os 46 fragmentos de poemas, de 23 poetas brasileiros como João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, encontram-se em janelas ou em telas brancas espalhadas pelo museu, ao lado de desenhos, pinturas e xilogravuras de Candido Portinari, Emiliano Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, Iberê Camargo, Tomie Ohtake e Milton Dacosta, entre outros. São 58 obras de arte plástica.

                                                                         


 
Manabu Mabe
Kumamoto Kan, Japão, 1924 - São Paulo, SP, 1997

Sem Título, 1958
Óleo sobre tela.
                                                                                       
                              















Mas tremia na cidade uma fascinação casas
                                                            compridas
autos abertos correndo caminho do mar
             voluptuosidade
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
         que meu coração bateu forte,
                           meus olhos inúteis choraram.



Carlos Drummond de Andrade
Coração Numeroso (fr.)








Essa é a primeira vez que o Museu da Língua Portuguesa abre seu espaço para obras de arte plástica. É uma exposição sutilmente interativa, onde podemos nos emocionar não somente com a beleza de uma tela ou com um belo poema, mas também com a relação que nós mesmos criamos entre eles, dando novos sentidos.




Onde: Museu da Língua Portuguesa.
Endereço: Praça da Luz, s/nº  - Bom Retiro - São Paulo - SP.
Quando: de  25 de abril a 20 de julho.
Horário: Terça a domingo das 10h às 18h ( a bilheteria fecha as 17h)
Entrada: R$6,00. Gratuita aos sábados.
Links relacionados: http://www.museulinguaportuguesa.org.br/exposicoes.php



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 28 de março de 2014

Submersão de JULIA HANNUD


SUBMERSÃO - SONIA GUGGISBERG



A partir de um espaço vazio, que antes era nada mais do que uma parede de concreto, o Sesc Vila Mariana resolveu abrir esse espaço para a primeira artista  fazer sua intervenção.
O projeto É uma oportunidade para que frequentadores que vivenciem experiências estéticas com obras de grande dimensão que se apresentam como possibilidade de deslocamento da percepção e, consequentemente, proporcionando outras formas de olhar a paisagem urbana.


Essa exposição é composta por uma grande foto de 57m (largura) x 7,5m (altura de um prédio de três andares), que passa uma sensação de conforto e felicidade, a foto retrata crianças brincando na agua dentro de bolhas no fundo de uma piscina. Acredito que para uma parede de concreto que antes não tinha nada alem de concreto, essa imagem trouxe um pouco de alegria e imaginação para as pessoas que passam na rua, e ate mesmo para pessoas que moram na frente do Sesc. 
A artista Sonia Guggisberg diz que Submersão (que é o nome da obra) integra o projeto(I)mobilidade, que surgiu de uma reflexão sobre a clausura social dentro do universo urbano contemporâneo. Nele as pessoas têm seus movimentos contidos pelo confinamento. A água entra como metáfora de seu contrário e deixa de ser algo acolhedor. Ela usa o elemento água, onde pretende amplificar em imagens a relação entre este meio e o homem, assim como propor reflexões relacionadas à simultaneidade entre espaço interno e externo à obra e ao espectador. A artista procura simbolicamente trabalhar a crise ambiental como um conceito ampliado, desenvolvendo um pensamento transversal que relaciona meio ambiente, arte e vida. 


o que:Submersão
quando:
11/novembro/2013 a 16/novembro/2014
onde:

quanto:
 gràtis



terça-feira, 25 de março de 2014

A Magia de Miró, Desenhos e Gravuras

Por Matheus Detoni




Está aberta a exposição “A Magia de Miró, Desenhos e Gravuras”. Depois de passar por vários locais do mundo, a exposição conta com 69 obras do espanhol e 23 fotografias que registram o processo de criação das obras. As fotografias foram feitas por Alfredo Melgar, que também é o curador da exposição e foi amigo do artista espanhol.




Miró trabalhando, foto tirada por ALFREDO MELGAR.


Quando vi que uma exposição sobre Miró estava aberta em São Paulo - e por um curto período- não tinha como não ir, assim como ninguém pode perder. É uma oportunidade única de acompanhar o processo criativo de um grande mestre das artes, além de fotos mostrando sua relação com as obras que fazia e onde trabalhava.
As gravuras mostram como suas obras, que alguns poderiam considerar apenas um conjunto de linhas pintadas, são consequências de uma cuidadosa elaboração, de um trabalho árduo buscando uma forma única. 






Personagem, 1977. 29,3 x 22 cm. Ceras coloridas, lápis/ cartão.




Como as gravuras apresentadas são esboços e não pretendia-se mostrá-las ao público, percebemos como difícil e trabalhoso era chegar à forma final que o artista queria. Miró consegue fazer com poucas linhas, desenhos magíficos, cheios de cor e de vida. 
Mesmo sendo esboços, nós nos envolvemos com as obras e não conseguimos parar de observá-las. Uma das minhas preferidas é a Sem Título III. Parece que foi feito ao acaso, mas vendo os esboços, Miró sabia bem o que queria fazer.





Sem Título III, 1968. 45,5 x 62 cm. Tinta chinesa e guache/ papel japonês amarelo. 


As obras estão expostas em dois ambientes. Um separado para as gravuras de Miró e outro para as fotografias de Alfredo Melgar.
A exposição pode ser vista na Caixa Cultural, que além dessa, possui outras exposições muito boas.






Onde: Caixa Cultural, Praça da Sé, 111, Centro, São Paulo - SP, 01001-001


Quanto: Gratuito.


Até: 20 /04 /2014


6ª RESIDÊNCIA ARTÍSTICA DO Red Bull Station

Por Renata Quintieri





O Red Bull Station chega à sua sexta residência, abrigando seis artistas dispostos a trabalhar por três meses na casa, criando e gerando arte a partir de materiais diversos.

A proposta é que a obra artística deve nascer para preencher o vazio. O prédio da exposição é de 1926, antiga subestação de energia Riachuelo. É impossível separar o espaço das obras.

Os artistas Alessandra Domingues, Chico Togni, Fabiana Faleiros, Raquel Uendi, Rodolfo Parigi e Thiago Honório inauguram essa exposição que marca também o encerramento de um período marcado pelo processo. Assim, logo que suas obras são expostas, seis novos artistas ocupam seus lugares no prédio e dão início a um novo processo criativo.


Entre as obras está a instalação Trabalho, de Thiago Honório, onde o artista enfileira os materiais usados pelos pedreiros durante a reforma do prédio (uma reforma que, tudo nos indica, não parece ter fim); com isto incita a relação entre trabalho e resistência.  Também de sua autoria, temos o painel Pintura de Parede, composto por lixas de parede utilizadas na reforma da casa do próprio artista.


Thiago Honório
Pintura de Parede, 2014
Lixas gastas utilizadas na pintura das paredes da residência do artista no período da realização da resistência artística na Red Bull Station
300 cm X 275 cm



Rodolpho Parigi criou durante a residência a personagem Fancy Violence, que lhe serviu de aparato e preenchimento do seu vazio interno. Aparecendo caracterizado da mesma –salto alto, batom, vestido preto-, ele interpola nossos limites expondo sua obra que, ao mesmo tempo que nos convida, nos repele.


Rodolpho Parigi
Biblia Cucetas, 2014
Tinta acrílica sobre faiança e bíblia
29 cm X 26 cm X 17 cm















Rodolpho Parigi
Fancy Violence 3, 2014
Tinta à óleo sobre poliéster
278 cm X 181 cm



















Além da exposição propriamente dita, o público é convidado a conhecer o espaço de criação dos residentes, no segundo andar do prédio há a possibilidade de “espiar” os quartos dos artistas e, ao final do corredor, há a “Galeria Transitória”. Nela, diferentes obras de vários artistas transitam até que sejam colocadas em um espaço fixo na exposição ou, simplesmente, retornem ao seu criador. A ideia é divulgar e dar uma chance à obra de ser vista pelo grande público.


Vale a pena conhecer o espaço, próximo ao metro - sem “crise” para visitar; além da possibilidade de cruzar com os artistas e discutir suas obras.


RED BULL STATION
Praça da Bandeira, 137, Centro, SP

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
Terça a Sexta: 11h às 20h - Sábado: 11h às 19h

DURAÇÃO
18 de fevereiro a 16 de abril

PREÇO $
Grátis

LINKS RELACIONADOS
http://redbullstation.com.br/