domingo, 27 de abril de 2014

Mostra Play


                                          Por Gian Gorostiaga Campos




Todos sabem que eu gosto muito de jogos e que eles inspiraram muitos de meus trabalhos aqui na Faap, mas ai quando este trabalho apareceu eu me fiz a seguinte pergunta: Será que os jogos são arte?
E após ter ido visitar a "Mostra Play" eu posso responder tranquilamente, sim, jogos são arte!!!


Assim como em sua primeira edição de arte digital a exposição de arte digital "Play"aborda a influência dos video games como percurssor da cultura contemporânea, revolucionando os padrões de criatividade, interatividade e design. Isso acaba elevando o valor cultural do vídeo e dos jogos interativos para uma forma de arte, propondo que a noção de "jogar"se torne uma ferramenta para intensificar a experiência cidadã e ainda, estimular um uso qualificado do espaço público.

Alguns jogos podem ser jogados através de androids
                                                                                                                                                                  
"O vídeo e os jogos interativos são considerados manifestações artísticas emergentes e também uma das mais interessantes da atualidade. Não só por dissolver os limites entre as diferentes formas de arte, já que a forma inculta de entretenimento dos vídeos games alcançou uma posição importante na estética intelectual no mundo da arte, mas também por obter o reconhecimento de possuírem potencial interativo e lúdico, e ainda, um valor cultural que vai além da tela."


Obra Visual: Pixels Deslocados/Artista: Alberto Zanella
A exposição "Play!2014"reúne sete artistas (três obras interativas, duas obras visuais e uma performance audiovisual).

Para concluir só queria dizer que essa foi uma das experiências mais frias (tava muito frio) e mais legais da minha vida.



Provas que eu fui na exposição

GIAN  FAZENDO UM GOLAÇO / OBRA: PLAYGOAL / ARTISTA: PFADFINDEREI (ALEMANHA)

GIAN   E  UMA DAS MONITORAS DA EXPO




Quanto: Entrada franca.

Quando: 27 de abril as 21:57

Onde: Av.Paulista, 1313, Cerqueira César. Galeria de arte Digital SESI-SP

Até Quando: 7 de abril até 4 de maio, das 20:00 pm as 6:00 am (das 20:00 às 22:00 obras interativas)

Links Relacionados: http://www.sesisp.org.br/Cultura/galeria-de-arte-digital-do-sesi-sp-mostra-play.htm





Cotidiano Inconstante – Wesley Souza

Obras de um artista irreverente que invadem nosso cotidiano e por meio de objetos retirados dele colocam em xeque nossos valores

Por Gabriela Lima


Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã

Me sorri um sorriso pontual

E me beija com a boca de hortelã

 Chico Buarque - Cotidiano

Quando olhei para fachada do espaço expositivo que fica em uma Praça com um lago onde há fila para pessoas andarem de pedalinho, pensei que estava vazio. Não só em relação a estar inabitado mas achei que não havia mais exposição, pois tudo parecia meio fechado, meio bagunçado, meio escuro.
Não botei muita fé quando, finalmente, entrei no lugar e antes que pudesse fazer mais julgamentos precipitados, dei de cara com um capacho em que li o que me introduziria à ideia do artista.
Então o mergulho ao nosso cotidiano começou através de 18 obras que me faziam lembrar o que eu queria que passasse a ser diário e o que eu queria tirar dos meus dias.
Posso dizer que já vi exposições com muitos artifícios tecnológicos, espaços gigantescos e molduras caras, mas é exatamente a simplicidade de recursos desse artista que me ganhou. 
O próprio artista crítica espaços expositivos que são pagos, nos fazendo refletir se é justo pagar para desfrutar da arte e se alguém que não tem condições preferiria gastar seu dinheiro visitando uma exposição ou comprando um rolo de papel higiênico que seja. Agora o espaço onde as obras estavam inseridas começava a fazer sentido mas, mesmo assim, me chocava o desleixo do lugar que não tinha nenhuma segurança, nem para garantir que os visitantes não tocassem nas obras. Quando fui arte educadora pela primeira vez, essa era uma das nossas maiores preocupações e o espaço expositivo era gratuito. Agora ali, havia uma espécie de confiança e confidência, parecia que eu estava entrando na casa de um amigo e isso começou de alguma forma me agradar. Me senti livre para ficar o tempo que quisesse e sem a obrigação de estar ali. 
Engraçado foi ver como as obras interagiam com o local, ao ponto de uma delas “Bolsa de mulher” que era composta de baratas de mentira estar posta em um lugar onde havia uma barata morta no chão. Era tamanho descuidado que acabava por compor o cenário.
Uma das obras que mais gostei é a retratada ao lado. Como o próprio nome diz, era um “Vestido Social” feito por comprovantes de compras. Fazendo uma crítica clara ao que vestimos para ser e o que somos para poder vestir.
O artista trata de várias vertentes do nosso cotidiano e as desconstrói em nossa frente. É uma exposição que pretende nos tirar do “Cativeiro” onde vivemos, não só em relação a arte mas toda nossa vida em sociedade, onde aceitamos as representações das coisas por não termos oportunidade de ver como realmente são. 
Há um universo de lugares e coisas a serem explorados. Wesley também questiona a nossa necessidade de regras, religião, futebol, etc., contruindo e desconstruindo nossa própria identidade cultural se apoiando nos alicerces da filosofia.
Nessa exposição não há nada por acaso, inclusive a “Última Porta” que é uma obra convidativa, podemos ver implicitamente a influência do filósofo alemão Nietzsche, que diz que a última máscara que temos a retirar é a da loucura. O artista usa não a máscara mas uma última porta a qual temos que atravessar e exatamente por isso que ela está localizada no fim da exposição.
Wesley Souza, assim como eu, é da cidade onde pude ver essa exposição: Guarulhos. Apesar das minhas lamentações (tive espaço para elas, em uma caixa interativa onde nos era pedido para lamentar sobre algo em forma de papel, que todos seriam queimados e lançados ao mar, como parece acontecer com tudo que lamentamos… Simplesmente desaparecem) tenho uma salva de palmas para esse artista que fez com que eu pudesse rir e me chocar em um curto espaço de tempo e conseguiu tratar de maneira atual temas que parecem permanentes.
Não há uma obra que eu não queira que seja vista, por isso eu faço questão de mostrá-las aqui para que vocês possam sentir um pouco do que senti, porque não há arte sem sentimento e na minha opinião, as melhores obras são feitas perante a alguma indignação.


Obras (dir. para esq.): “Necessidade Ritualística – 2013”, “O melhor remédio – 2013”, “Livro aborto – 2012”, “Passos sem deslises – 2010”, “Guardanapos –  2011”, “O olho do sagrado – 2012”, “Pátria Brasil – 2013”, “O homem isolado – 2014”, “Em nome do pai – 2011”, “Sem título – 2010”, “Caixa das lamentações – 2014”, “Ferramenta de ação complementar – 2012”.

    Quanto: Entrada franca
                Quando: 26-04-14 às 15h30
                Onde: Centro Permanente de Exposições de Arte Prof. José Ismael - Pç. Cícero de Miranda,  s/nº, Vila Galvão, Guarulhos - SP
                Até quando: 30 de Abril de 2014 - De terça a domingo, das 8h às 17h.
                Links relacionados: http://www.guarulhos.sp.gov.br/












sábado, 26 de abril de 2014

A ARTE DE UKIYO



Por: Eduardo Henrique Lasas




O raro acervo dos mestres do ukiyo-e compõe uma mostra sobre a tradicional arte da gravura japonesa no Museu Afro Brasil, no Parque Ibirapuera.





Ao todo, são exibidas 43 obras produzidas na década de 1860, época de transição do poder dos samurais ao Imperador Meiji.


                                                 Toyohara Kunichika, Sec XIX, Xilogravura.


A mostra reúne trabalhos de Toyohara Kunichika, Utagawa Kunisada, Utagawa Yoshitora, Utagawa Kuniaki, Utagawa Yoshiiku, Fusutane, Tsukioka Yoshitoshi e Utagawa Hiroshige II.

Todas as obras pertencentes ao colecionador e artista visual Roberto Okinaka

À montagem foram incorporados quatro quimonos e seis obis do acervo do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil

                                                  Utagawa Yoshitora,Sec XIX, Xilogravura.




A exposição ao todo pode parecer um pouco repetitiva, mas devemos nos prender aos inúmeros detalhes de cada obra, assim como seu rigor técnico e a profusão de cores. As obras são multicoloridas e ambiciosas.

O tema original do Ukiyo-e era a vida urbana, especificamente atividades e cenas da área do entretenimento: belas cortesãs, lutadores de sumô e atores populares retratados quando ocupados em atividades interessantes.




QUANDO: De 18/04/2014 até 15/06/2014 TER a DOM 10h as 17h

QUANTO: Entrada gratuita.

ONDE: Museu Afro Brasil, Parque Ibirapuera

(011) 3320-8900

www.museuafrobrasil.org.br


terça-feira, 22 de abril de 2014

CHINA ARTE BRASIL



Por: Lucas De Micheli Ruas

                         

                           Fui visitar a CHINA ARTE BRASIL na OCA do Parque Ibirapuera.




 Esta exposição é algo que me chamou muita atenção. Ela ocupa o subsolo , o 1 e o 2 andar da OCA. Possui varias obras, colagens e instalações que me deixou bem atento a todos os detalhes. Impressionante o que os chineses são capazes de fazer com a arte. A criatividade que a exposição possui inspira o expectados que à visita. Estão presentes muitos artistas e pintores chineses. 

Yang Fudong
O primeiro intelectual [The first intellectual], 2000
C-print
Cortesia Marella Gallery, Milano
Coleção Ernesto Espósito 

180x90 cm

Esta obra achei bem interessante pois contrasta a dificuldade do homem moderno de encarar todos os seus problemas e toda a metáfora nela apresentada.


Jun Ansha
Floresta da Cidade [City Forest], 2012 
Luz, madeira, papel vegetal, acrílico e canudos
Cortesia By Kamy
A exposição traz uma grande variedade de obras, com diversos tipos de linguagens e médias artísticas, como pinturas, esculturas, instalações, fotografias, videos, performances, arte têxtil e arte antigas. O acervo percorre diferentes tempos históricos da arte chinesa, contemplando desde obras de períodos dinásticos ae seu momento mais contemporâneo, surgido apos o ano 2000. 

Shi Xinning
Chá da tarde [Afternoon tea], 2004
Óleo sobre tela
Cortesia Marella Gallery, Milano
Coleção Ernesto Esposito 

120x80 cm
Wang Chengyun
O Sol da manhã [The morning Sun] 2012
Óleo sobre tela
Cortesia Wang Chengyun Foundation and Studio
60x90cm

Ai Weiwei
Very Yao, 2008
Instalação, 46 bicicletas
Cortesia do artista e Galeria Contínua
   
A vertente das artes plásticas evolui, carregando consigo grande parte do legado cultural histórico. É nesse acréscimo de visões e atuações que os artistas se impõem e dão voz a suas perspectivas e inquietações. Eis aí um exemplo de pluralismo artístico chinês contemporâneo, resultado do amadurecimento em busca do conhecimento de sim mesmo, deixando de lado tendências e encarando uma transformação e uma construção decisivas e conscientes. Ainda é recente o diálogo entre os países do hemisfério Sul, como está acontecendo com as mostra CHINAARTEBRASIL. Um desafio a mais neste longo e processo de construção de historias. 

  Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia) 
                 terças é gratuito
  Quando: 22/04/2014 as 14:00 hr
  Horário: Terça a domingo, das 10h as 17h, e quinta, das 11h as 21h.
  Onde: OCA-PARQUE IBIRAPUERA
  Até quando: 18 de Maio
  Links relacionados: http://chinartebrasil.com.br


19.924,458 +/-

Por Thiago Augusto Gomas Cunha



A cidade de São Paulo vista pelo olhar de um  artista francês. A cidade em miniatura que transpõe vida.
Christian Boltanski fez em torno de 950 edifícios em miniaturas, revestidas por páginas da lista telefônica, para descrever a vida em uma cidade.

Boltanski me fez pensar em vida. Me fez pensar em morte. Na sua miniatura de selva de pedra, vemos luzes apagando e acendendo, representando (talvez, ou seja, na minha opinião) a vida e morte nas cidades grandes, e nossas vidas que passam desapercebidas por entre nossos olhos nessa selva gigante de concreto que nos faz sentir minimalistas e ver o quanto a vida é frágil. 


A exposição, onde as torres acabam sendo do nosso tamanho, fazem com que nós tenhamos uma ideia de identidade roubada. Uma ideia de identidade fragmentada, como já diziam os pós modernistas, o mundo em si se rouba de nós e nos toma. 

A exposição é ainda complementada por projeções de entrevistas feitas com imigrantes que moram em São Paulo e são projetadas nas próprias torres, me passando uma ideia de como estamos separados, porem juntos dessa selva. 

A beleza dessa exposição para mim foi a diferença de interpretação feita entre dois amigos. A própria cidade acaba tendo mais de uma interpretação. Acredito que o ideal poético de Boltanski se mostra grande nesse sentido, num sentido onde todos estamos juntos e ao mesmo tempo separado. 

No fim digo que é uma exposição que vale a pena ser vista, ao caminhar vendo o que para nós é tão grande e distante, e o piscar das luzes representando vida e morte, temos um tempo para pensar em nós mesmos e em como vivemos. O próprio nome da exposição brinca com a ideia de vida e morte. 



Desde quando e até quando?
De 09/04 à 29/04

Quanto?
De graça Galera \o/

Onde?
Sesc Pompeia!
Rua Clélia, 93 - Zona Oeste
Pompeia - São Paulo/Sp 




terça-feira, 15 de abril de 2014

Rolinho Bross: RIR e PIXOTOSCO

por Iwan O. Silva
 
 
Algumas obras nas cercanias do metro Sumaré feitas pelos Rolinhos Bros.
 
 
Av. Sumaré, sem numero
 
 

Rolinho Bros é um grupo de artistas que não usa spray, segundo o site deles. E, mais importante que isso, dialogam com o rejeitado pixo, incorporando os valores que os "pixadores de verdade" em suas obras: dificuldade de acesso ao local, tamanho, execução.
 
 
Av. Doutor Arnaldo, sem numero
 
Seus principais artistas são o Pixoto(Tony de Marco) e o RiR (Felipe Risada) que se juntam com outros grafiteiros, pixadores, muralistas pra pintar os muros e paredes de São Paulo.
Eu vou ousar dizer que esse interesse de Tony pelo pixo é uma junção de gostos: ele é artista plástico e tipografo: nos Rolinhos Bros ele encontra ambos.
 
O Pixotosco é esse dragão e o RiR a carranca.
 

Agora estão expostos alguns trabalhos deles no Atelier Galeria Priscila Mainieri.

Pixotosco apagado embaixo do metro Sumaré
 
 
https://www.flickr.com/photos/tonydemarco/sets/1095782/
http://www.newcreators.art.br/creators/felipe-risada
https://www.flickr.com/photos/tonydemarco/8531855540/
http://www.rolinhobros.com/eh_nos/


Atelier Galeria Priscila Mainieri
Rua Isabel de Castela, nº 274
Vila Madalena - SP
CEP - 05445-010
contato@ateliepriscilamainieri.com.br
Telefone
(11) 3031-8727
Horário de Funcionamento
Seg a Sexta das 14:00 às 19:00
ou Visitas Agendadas
Por: José Antonio Piné






Fotógrafo Jacques Henri Lartigue
Instituto Moreira Sales



"Adoro captar as coisas em pleno ar, deter o movimento no calor da hora, 
preparar uma armadilha para o instante fugaz..."

Jean-Loup Sieff, retrato de Jacques Lartigue, Paris, 1972

Jacques Henri Lartigue (1894-1986) foi um dos maiores fotógrafos do século XX. Mas sua obra fotográfica só foi reconhecida na década de 60, quando o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque apresentou pela primeira vez seu trabalho com fotografia. Antes disso, sua notoriedade era como pintor. 

Coco, Hendaye, 1934


Renée no Palm Beach, Cannes, agosto de 1931


Charly, Rico e Sim, Rousat, setembro de 1913
Bibi, Biriatou, julho de 1929




Nesta segunda exposição dedicada a Lartigue no Brasil e que está aberta ao público no Instituto Moreira Sales, sua obra foi revisitada a partir de dois elementos: o ar e a água, seus temas prediletos. 

São 117 fotos e duas ampliações composta em quatro espaços diferentes, cada qual dedicado a uma temática particular do fotógrafo.
Como um diário fotográfico do século XX, suas fotos nos mostram um retrato da “bélle époque”, mesmo nos momentos mais difíceis do século passado.


Aterrissagem de Robert a bordo do Pic. no.3. Robert, James e o agricultor, Rouzat, setembro de 1910


Automóvel Delage, Grande Prêmio de Automóvel Clube da França, circuito de Dieppe, Le Tréport, 26 de junho de 1912





Com um talento singular, Lartigue captura com sucesso os instantes mais fugazes, especialmente os corpos e objetos em movimento e no júbilo daquilo que não toca o chão: saltos e cambalhotas, carros em alta velocidade, aviões voando, quedas e mergulhos.
O conjunto de sua obra fotográfica pertencente ao Estado francês desde 1979, e é composta de 135 álbuns diagramados por ele mesmo, chegando a 14.423 páginas.


Bibi, lua de mel no Hotel des Alpes, Chamonix, janeiro de 1920

Chau Volton na praia de Garoupe, Cap d'Antibes, julho de 1932
Suzanne Lenglen, Nice, maio de 1921

A exposição no Brasil, além das 117 fotografias, é complementada por um conjunto de obras que nos permite uma aproximação ainda maior dos procedimentos de Lartigue: citações extraídas de seu diário íntimo, uma seleção de fac-símile expostos em vitrine (páginas de álbuns e agendas ilustradas com desenhos), um filme tirado em família durante o verão de 1914 e documentos testemunhando a história de seu reconhecimento como fotógrafo, negativos impressos em vidro, além de suas primeiras fotografias colorida em croma, uma tecnologia pouco acessível para a época.







Data da visitação: 14/04/2014
Onde: Instituto Moreira Sales
Endereço: rua Piauí, 844, 1o. andar, Higienópolis. Telefone: (11) 3825 2560
Horário: segunda a sexta, das 13h às 19h. Sábado, domingos e feriados, das 13h às 18h.
Entrada franca.
www.ims.com.br

terça-feira, 1 de abril de 2014

León Ferrari - Lembranças de meu pai


Por Sarah Afonso


As obras de León Ferrari são novas propostas para as linguagens do desenho, da gravura e da escultura, explorando temáticas diversas e numa configuração própria da linguagem artística visual e, ao mesmo tempo, essa mesma expressão o fez desdobrar temáticas que interrogam profundamente a cultura ocidental cristã. São obras que investem contra as diversas formas de repressão à liberdade, além de posicionar-se, sempre crítica e irônica, frente a alienação da sociedade contemporânea.

León Ferrari  
O Cristo, 1980
São Paulo, SP, 1986
2.0 x 3.0 m

Pintura que apresenta um cristo crucificado sobre uma tela. Novo Realismo apresentado na exposição A Nova dimensão do Objeto, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC USP (1986). Uma visão crítica sobre as relações de violência implícitas da religião cristã e de violências explícitas da política de defesa promovida pelos Estados Unidos.

León Ferrari
Sem título, s/d. e Lembranças de Meu Pai, 1977
São Paulo, SP 
100 x 50 x 50 cm

León retoma questões realizadas nos anos 1060. São esculturas em arame, quatro vértices de um paralelepípedo situado verticalmente segregam fios lineareas de aço inox, soldados em prata. É uma construção geometrizada, talvez, nela exista vestígios dos cálculos que o artista fez para as igrejas que seu pai idealizou.

León Ferrari
Cruzamento II, 1981
São Paulo, SP
100 x 100 cm

São arquiteturas improváveis. labirintos que fogem da arquitetura utópica, segundo arquitetos seria impossível projetar um destino tão "horrível"para a espécie humana. León Ferrari propõe exatamente essa transformação.

León Ferrari
Collage, 1986
Série Paraerejes
50 x 70 cm

A série apresenta colagens de imagens e textos onde ele mescla reproduções de gravuras Albrecht Durer, em especial as da série Apocalipse, a desenhos eróticos de caráter pagão. As obras situam acerca dos dogmas católicos e das contradições inerentes à prática religiosa.



O Museu MAC ao escolher a obra de Ferrari para o objeto desta antologia no processo de implantação de sua nova sede, quis reconhecer não apenas a importância inconteste de seus trabalhos na atualidade mas, igualmente, o fato de que Ferrari é um dos artistas internacionais melhor representado no acervo do Museu. A partir de seu recente falecimento, o MAC USP transforma tal reconhecimento em homenagem a esse artista que segundo Tadeu Chiarelli nunca se deixou submeter por nada ou ninguém que se opusesse ao incoformismo que se caracterizou sua obra. Podemos passear pelos corredores em frente a suas obras e apreciar a própria materizalização do pensamento livre.

Data de visitação: 01/04/2014
Onde: Museu MAC
Endereço: Passarela Ciccilo Matarazzo - Quarto andar - Parque Ibirapuera
Quando: 28 de setembro de 2013 - tempo indeterminado.
Horário: Terça a domingo das 10h às 18h
Entrada: Gratuita