terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Praça Paulo Kobayashi - Arte Urbana

                                                                          Por Elis Manukian
No centro da cidade, próximo ao Palácio Anchieta, habita uma praça recheada de arte, centros esportivos e indivíduos inusitados. 
Apesar de gostar muito do centro e frequenta-lo periódicamente, nunca havia reparado neste lugar. Talvez porque, mesmo sendo revitalizada há pouco tempo, 2012, hoje se encontra mal cuidada e pouco “usada”. Ela possui uma quadra de basquete, uma pista de skate e, como expressão artística, um painel enorme de 10 metros grafitado por artistas importantes do cenário urbano.
A arte tem como tema o meio ambiente e por isso é nomeada de “Floresta Urbana”.
O termo mal cuidado, ao qual utilizei anteriormente, não deve ser relacionado a arte mal vista pelo paulistano. Há uma diferença entre grafite e pixação, o primeiro é uma forma de arte, exige uma técnica e um conceito. Cada artista tem um estilo diferente, desde cores diversas à influências variadas. Já na pixação, podemos ver uma forma de expressão, o mais comum são nomes “fixados” como se marcassem algum tipo de território, ou frases que protestam sobre temas variados, de preferência o governo. 
Nessa obra, o curador Binho Ribeiro teve a colaboração de mais sete artistas: Nem, Nick, Does, Evol, Snek, Feik e Sr. Max. Além desta, há grafites e pixações que completam o espaço de 1.500 metros quadrados. 
No total, podemos ver grandes obras de mais de 30 artistas, entre eles, os mais renomados são Zezão, conhecido por grafitar em lugares bizarros como a galeria de esgoto do rio Tietê; Chivitz, que era repórter da antiga emissora MTV e assim expandia a cultura urbana; Minhau, a “musa” do grafite, esposa do Chivitz e conhecida por desenhar gatos grandes e coloridos; Presto, aquele que desenha personagens aaaaaltos e divertidos; e Bue, o belga. 

Praça Paulo Kobayashi, Viaduto Jacareí - Rua Dona Maria Paula - Centro





Visões na Coleção Ludwing


Por Rommel Cuellar:














Uma vida inteira colecionando obras de arte, proporcionou que Peter Ludwing conseguisse um acervo tão heterogêneo e invejável. Em visões de Ludwing conseguimos notar essa diversidade de estilos desde um Picasso a um Andy Warhol.

Gottfried Helnwein - Child's Head - óleo e acrílico sobre tela, 1991

, 600 x 400 cm / 236 x 157.
 






A exposição é disposta desde o quarto andar ate o subsolo do prédio do Centro Cultural Banco do Brasil, no centro de São Paulo. A cada andar uma nova surpresa com estilos diferentes e obras realmente notáveis.
Ao chegar ao CCBB, logo me deparei com uma obra imensa pintada a óleo de Gottfried Helnwein - Children Head’s, esta chegava a medir em torno de 6 metros de altura. 
O majestoso quadro engana, pois a exposição começa no 4º andar do prédio.
Ao subir, tive o meu maior deleite visual, um quadro original de Picasso, com 2 metros de altura feito em 1969. Cores magnificas e duas cabeças dispostas harmoniosamente de forma genial, as quais dão nome ao quadro - Cabeças Grandes - marcaram a minha experiência. 

Retomando as diversidades, a obra Jean-Michel Basquiat de Andy Warhol, junto com obras grafitadas causam impacto no 3º andar. 

-Uma pausa para o chá e o pedaço de bolo da vovó, passamos a discutir Lars Von Trier e Picasso-

Ao sair da exposição lá estava ela, a obra de Gottfried, porém, naquele momento uma grande alegria tomou conta do meu coração. Descobri que poderia tirar fotos apenas dessa obra. Encontrei então, mais um indivíduo impactado com ela, logo lhe pedi para que tirasse uma foto com meus amigos. Mais um momento maravilhoso, através de diversos ângulos e de diferentes maneiras o meu mais novo amigo parecia um fotógrafo profissional. 
Gottfried Helnwein - Child's Head - óleo e acrílico sobre tela, 1991, 600 x 400 cm / 236 x 157.











Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro CEP: 01012-000 | São Paulo (SP) (11) 3113-3651/3652
Funcionamento: de quarta a segunda, das 9h às 21h.


Secret Codes


                                                         Por Gabriel de Mello Brossi:

A Galeria Luisa Strina apresenta a exposição Secret Codes(Códigos Secretos), com a curadoria de Agustín Pérez Rubio. A exposição trás experimentação por parte dos sinais e signos convencionados, uma vez que, questiona por meio de variados temas, os códigos impostos pelo homem. Com obras que vão desde folhas digitadas com datilografo a formar imagens pictóricas completas, nos levando a refletir sobre o duplo sentido da forma e conteúdo que os signos podem assumir, e de que maneira interpretamos os códigos criados por nós mesmos. 

As obras dos artistas contemporâneos presentes na exposição, questionam de que maneira usamos dos sentidos e da falta deles provocados pela junção dos signos que foram criados para nos comunicarmos. Mas, afinal, esses signos nos ajudam na comunicação ou não passa de uma restrição? Com esse raciocínio temático apresentado nas obras, percebemos uma certa tentativa crítica das mais variadas formas culturais.

 Com diferentes formas de expressões artísticas, que varia de áudio a vídeos expositivos, de objetos pictóricos do dia a dia a colagem.

As sete salas se dividem em: a primeira apresenta a protolinguagem e a possibilidade da linguagem, com um sistema sonoro cheio de ruído e várias letras do alfabeto; a segunda investiga os códigos ocultos e os meios de comunicação, com uma caixa que abre mostrando-se cheia  referencias ao cinema, poesia, arquitetura; já as três próximas salas refletem sobre códigos sociais e a decodificação, com imagens feitas a partir de letras, uma pirâmide formada por vários EFES; a sexta sala é reservada aos códigos matemáticos e numéricos, com vários gráficos e equações; para finalizar imagens pictóricas indecifráveis são apresentadas na sétima sala, como fotos do oceano. Assim, a galeria se transforma em um ambiente cheio de informações que contrastam com os próprios objetos que são criados pelas informações. 
 




















 Galeria Luisa Strina
Rua Padre João Manuel, 755 loja 2
Cerqueira César 01411-001
Horário: segunda à sexta, das 10 às 19 horas
Sábado das 10h às 17h


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Jacques Henri Lartigue - A vida em movimento


                                                 Por José Carlos Malafaia Ferreira


                                                      



Jacques Henri Lartigue (1894-1986) não se considerava um profissional da fotografia como o seu contemporâneo André Kertész (1894-1985) e Richard Avedon (1923-2004). Sentia-se privilegiado, uma vez que nunca precisou de trabalho para custear a sua fotografia recreacional (como costumava definir). Mas é reconhecido como “pioneiro da fotografia moderna” pela curadoria de Arte Moderna de Nova York, em 1963. Ano em que expôs pela primeira vez, já aos 69 anos.

E é esse pioneiro que é homenageado com uma exposição que o Institituo Moreira Salles apresenta na capital paulista desde 12 de Fevereiro.

Nesta mostra vemos os relatos fotográficos que Lartigue colecionou durante a sua vida, desde os oito anos de idade até os 92 anos. Ele passeia com o olhar e a câmera em busca de cliques que capturem instantes em que o movimento é o tema.

Amigos em aventuras lúdicas, a água, o vento, as corridas de autos, os saltos que impulsionam a imaginação a um voo sem rédeas são deliciosamente expostos numa delicada construção poética.

Há escritos do próprio fotógrafo que compõem esse grande apanhado de sua vida ali exibidos. Sua verve poética, também na escrita, está bem documentada em diários e citações. 


O homem que desliza na água, singrado pela luz do Sol que alvorece é uma das imagens que me tocaram nesta exposição que recomendo.

                                          Ao amanhcer, Setembro de 1929.
                                       

“O vento, a chuva, as ondas são as únicas coisas que sabem encontrar uma brecha e penetrar na minha memória.”. Lartigue.

                                         Tempestade em Nice, 12 de Março de 1934


JACQUES HENRI LARTIGUE
Instituto Moreira Salles. Rua Piauí, 844, tel. 3825-2560.
3ª a 6ª, 13 h/ 19 h; sáb., dom. e feriado., até 18 h. Grátis. Até 25/5.
                                         


Moderna para sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú

 Por Tania Arrais de Campos





A exposição itinerante traz a vertente fotográfica do acervo de obras de arte do Itaú Unibanco. As obras pertencem ao movimento modernista brasileiro, que, agora reunidas, exaltam a importância do movimento para a cultura e identidade brasileiras.





A exposição revela uma série de fotografias em preto e branco, algumas em tom de sépia e apenas duas com toques coloridos. Em formato convencional (retrato ou paisagem, em tamanho aproximado de 20x30) ou em formato quadrado (aproximadamente 20x20), as fotos se apresentam de modo singelo, sem apelos a grandiosidade. Ao passar os olhos sobre algumas delas, noto rapidamente elementos comuns como a geometria, usada de diferentes formas: o simples retrato de um ambiente onde paralelas e diagonais são bem definidas, como em escadarias; ou ainda a transformação de imagens do cotidiano, como prédios ou plantas, em imagens abstratas, surgidas a partir de um ponto de vista incomum.  Outro elemento comum é o contraste das fotos, causado pela dualidade luz e sombra e intensificado pelas cores branco e preto.

Continuando a olhar, vejo que os temas também são recorrentes. Grandes construções, prédios e chaminés. As fotos enaltecem as cidades modernas que crescem e se industrializam, as metrópoles.

Sinfonia Industrial, Paulo Pires (1975)

E de outra forma, parece-me que isso também se dá ao passo que os fotógrafos utilizam de diferentes e inovadores recursos fotográficos a fim de captar suas imagens. Montagens, sobreposições e mesmo aplicação de materiais especiais para a impressão das fotos, trazem também uma sensação de avanço científico e tecnológico.


Composição N / Composição M / Composição L, Georges Radó (1960)

Sendo assim, as fotografias não se encerram em si mesmas, mas propõem uma reflexão prolongada sobre a essência fotográfica, pois há uma quebra com o tradicionalismo e a revelação de uma série de possibilidades, que persistem até a contemporaneidade. 

O próprio curador da exposição, Iatã Cannabrava, resume: “São exemplares de muitos autores ainda pouco reconhecidos pelo público, que experimentaram os limites da alquimia fotográfica, dos malabarismos criativos que o quarto escuro possibilita. Por certo trarão reflexões e provocações. Modernas para sempre!”



Moderna para sempre - Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú
Itaú Cultural (Piso 1) - Avenida Paulista, 149 - São Paulo/SP
De sábado 25 de janeiro a domingo 9 de março de 2014
Terça a sexta das 9h às 20h; sábados, domingos e feriados das 11h às 20h

Entrada franca


Website: http://novo.itaucultural.org.br/programe-se/agenda/evento/?id=73733