terça-feira, 22 de abril de 2014

19.924,458 +/-

Por Thiago Augusto Gomas Cunha



A cidade de São Paulo vista pelo olhar de um  artista francês. A cidade em miniatura que transpõe vida.
Christian Boltanski fez em torno de 950 edifícios em miniaturas, revestidas por páginas da lista telefônica, para descrever a vida em uma cidade.

Boltanski me fez pensar em vida. Me fez pensar em morte. Na sua miniatura de selva de pedra, vemos luzes apagando e acendendo, representando (talvez, ou seja, na minha opinião) a vida e morte nas cidades grandes, e nossas vidas que passam desapercebidas por entre nossos olhos nessa selva gigante de concreto que nos faz sentir minimalistas e ver o quanto a vida é frágil. 


A exposição, onde as torres acabam sendo do nosso tamanho, fazem com que nós tenhamos uma ideia de identidade roubada. Uma ideia de identidade fragmentada, como já diziam os pós modernistas, o mundo em si se rouba de nós e nos toma. 

A exposição é ainda complementada por projeções de entrevistas feitas com imigrantes que moram em São Paulo e são projetadas nas próprias torres, me passando uma ideia de como estamos separados, porem juntos dessa selva. 

A beleza dessa exposição para mim foi a diferença de interpretação feita entre dois amigos. A própria cidade acaba tendo mais de uma interpretação. Acredito que o ideal poético de Boltanski se mostra grande nesse sentido, num sentido onde todos estamos juntos e ao mesmo tempo separado. 

No fim digo que é uma exposição que vale a pena ser vista, ao caminhar vendo o que para nós é tão grande e distante, e o piscar das luzes representando vida e morte, temos um tempo para pensar em nós mesmos e em como vivemos. O próprio nome da exposição brinca com a ideia de vida e morte. 



Desde quando e até quando?
De 09/04 à 29/04

Quanto?
De graça Galera \o/

Onde?
Sesc Pompeia!
Rua Clélia, 93 - Zona Oeste
Pompeia - São Paulo/Sp 




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