Crítica de Arte por Thays Sobreda
Obra:19924458+/-
Artista: Christian Boltanski
O artista
francês Christian Boltanski realiza essa exposição com o objetivo de expressar
suas impressões sobre a cidade de São Paulo como sendo um organismo em
constante mutação, as relações de vida e morte e principalmente sua grande densidade
demográfica, sendo o título da obra uma referencia ao número de habitantes da
cidade.
O galpão que
compreende sua obra, é preenchido por uma fumaça fina, provavelmente em referência
à poluição de São Paulo, vários edifícios de diferentes tamanhos, feitos de
papelão e revestidos de páginas e mais páginas de listas telefônicas dão a
impressão de quantidade absurda, de uma população infinita e com o mar de gente
vem multiplicada suas produções: linhas, conexões, consumo, lixo. Números megalíticos (?) em vermelho na parede lateral que não deixam claro o que exatamente representam.
De vez em quando um clarão, um flash toma o lugar significando um
nascimento. E as vezes, um apagão, que significa a morte de alguém. Ao andar
pela exposição temos quase a mesma impressão sonora de estar andando pela
cidade: vozes de diferentes pontos ecoam formando um mesmo zumbido, mas ao se
aproximar a um dos focos de sons pode-se escutar conversas, como se fossem
entrevistas de pessoas falando sobre São Paulo ou suas impressões sobre a
cidade.
Um homem falando como era na época da ditadura, outro, estrangeiro
dizendo que São Paulo é uma cidade bastante cosmopolita, pouco caraterizada
por traços tipicamente brasileiros, diferente de Paris, por exemplo, que carrega a França em
sua imagem.
Também ouvi uma mulher dizendo que nasceu em um outro lugar, talvez
um país diferente, mas agora vive há tanto tempo em São Paulo que a considera
seu lar e já não se adapta em outro lugar, ela dizia que se você quiser
crescer, São Paulo é a cidade certa, não só isso, crescer financeiramente, mas
também para se viver, "as pessoas são mais amáveis aqui" ela dizia.
Vai saber de onde ela veio...
Minhas experiência na verdade foi muito agradável, ao contrário do que esperava, já que a cidade pouco me atrai, os monumentos de concreto, o transito e a poluição, a engrenagem que funciona com ou sem você, a dor de cabeça...enfim, mas na exposição tive a impressão de ser um gigante passando entre os prédios, maior que o sistema. O riozinho, os prédios, a homogeneidade resultou em uma limpeza visual. Um lugar diferente da cidade em si e não uma representação fiel. Gostei bastante.
Quanto: grátis
Quando: 9/04 até 29/06, de terça à sábado das 10h às 20h e domingo das 10h às 18h
Onde: SESC Pompéia, Rua Clélia 93
Links:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,referencia-da-arte-contemporanea-christian-boltanski-cria-instalacao-para-sao-paulo,1150783,0.htm
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