segunda-feira, 12 de maio de 2014

MAAU

Por Fernanda Contento

 

Incidente com grafiteiros torna-se uma iniciativa de criação do primeiro Museu Aberto de Arte Urbana - MAAU. 

 
A proposta do MAAU surgiu após a interrupção do trabalho de um grupo de grafiteiros que compunha suas obras em pilastras da estação do metrô Santana. Sem uma autorização legal, o grupo fora detido - entre eles os artistas Binho Ribeiro, Chivitz e Minhau - por crime ambiental. 

O caso acabou servindo de incentivo para a criação do museu, ideia que partiu dos próprios artistas detidos enquanto aguardavam o registro da ocorrência. Em setembro de 2011 os grafiteiros inauguravam o  1º Museu de Arte Urbana de São Paulo, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura, do Paço das Artes e do Metrô.


 

Foram 58 artistas escolhidos que pintaram as 77 pilastras da estação Santana, um movimento que mudou  a cara da avenida cinzenta e congestionada que é a Cruzeiro do Sul. Além disso, o projeto demostra respeito aos artistas que não são devidamente reconhecidos pelos seus trabalhos gratuitos de revitalização de nossas cidades, que procuram apenas espaços para seus desenhos.


 
Os grafites variam entre os temas natureza, vida urbana, periferia, algumas com toques surrealistas. Em geral, pinturas difíceis de serem interpretadas e despertam um olhar mais subjetivo. 
É praticamente impossível passar pela avenida e observar todas as obras, a cada dia se descobre que ainda não havia visto uma ou outra pintura.


Esta é a pintura que mais gosto, cada vez que passo por ela, procuro um novo significado. O que mais me encanta é o movimento perfeito do cabelo da personagem, que parece realmente estar ao vento enquanto atravessamos a avenida, e se ele fosse pintado na direção oposta, não teria o mesmo efeito.



 
Em fevereiro deste ano, as pilastras de sustentação da estação Carandiru, entraram para o conjunto de obras do museu, além das pinturas, foram reformados os canteiros centrais. 

O projeto tem curadoria de Dinho Ribeiro;  entre os artistas participantes estão Zezão, Tinho, Ricardo AKN, Speto, Presto, Markone  e Highraff, e outros jovens grafiteiros da Zona Norte; a proposta é de renovar as pinturas a cada ano; é possível visitar os canteiros da Avenidade Cruzeiro do Sul, entre as estações Santana e Portuguesa-Tietê livremente e a qualquer hora do dia, devido sua ótima iluminação noturna.


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